Como discordar sem causar conflitos

Não existe nada no mundo que passe incólume por uma discussão, não importa quão boa uma situação, opinião ou ação seja. Sempre vão haver pessoas a postos para discordar, mostrar uma visão diferente e, conforme as coisas andarem, até fazer com que um dos interlocutores mude completamente seu discurso.
Mas, embora seja uma palavra pesada e repleta de significados, discordar não precisa ser uma coisa ruim. E com certeza não deve acabar em briga. No dicionário Michaelis, a definição é “ter ponto de vista distinto, opinião contrária, não combinar, divergir”.
Percebeu que nenhuma delas é “conflito”?
Isso tem uma causa básica: se todo mundo que discordasse de alguém estivesse ciente de estar comprando uma briga, quase nada no mundo seria discutido, uma vez que a maioria de nós evita conflitos a todo custo.
Acontece que nem sempre um acordo será bom: imagine todas as ideias que poderiam dar muito errado se ninguém discordasse delas.
Por outro lado, sabemos que segurar os ânimos durante uma discussão pode ser tarefa penosa. Partindo do pressuposto de que não temos sangue de barata para acatar opiniões divergentes das nossas sem pestanejar, fica a pergunta: como discordar sem causar conflitos?
As dicas a seguir vão te ajudar a responder essa dúvida com muita classe – e mantendo as amizades e relações profissionais.
1. Entenda que discordar não é brigar
Numa discussão, não há vencedores. Sem vencedores, cai por terra a competição. Sem competição, muito provavelmente não há briga.
Quando você entende que discordar não é brigar, não vai querer “ganhar a conversa” a todo custo.
Seus argumentos serão um espelho das coisas em que você acredita e, quando isso é real, seu único objetivo é defender o ponto de vista que acha adequado para determinada situação.
Isso somado ao controle emocional te fará se sentir mais à vontade para relaxar, refletir e pensar antes de dizer qualquer coisa em uma discussão. Afinal, não é uma disputa de quem dá o melhor argumento mais rápido.
Dica prática: não tenha medo de dizer “não sei” ou “preciso de um tempo para refletir sobre isso”. Bons líderes e gestores são humildes e também sabem reconhecer isso em seus colaboradores.
2. Seja sensato em suas ponderações
Às vezes discutimos sem nem saber o que estamos dizendo, ou falando coisas que não fazem parte do “escopo” da discórdia. Quem discute deve estar aberto a ser sensato e entender o ponto de vista do outro.
Mesmo porque não há como discordar de algo que a gente não faz ideia do que significa ou como funciona, e sensatez também significa fazer as perguntas certas nos momentos oportunos.
Além disso, não caia na fogueira das vaidades que pode te fazer dizer que discorda “porque sim”. Quando a sensatez sai do jogo, a porta fica aberta para a infantilidade – e, aí, a discussão pode virar uma briga desnecessária.
Dica prática: Se a discussão for em um ambiente profissional, prepare seu espírito e argumentos com antecedência.
3. Ouça o que o outro tem a dizer
Se só você fala durante uma conversa, isso não é uma discussão, e sim um monólogo.
Discordar também pressupõe que você ouça o que o outro tem a dizer a fim de contrapor algum argumento. Por isso, não queira ser o dono da palavra o tempo todo – e dê espaço ao outro para que fale livremente sobre o que acha de determinado assunto.
Um hábito terrível que muitos tem é o de interromper o outro no meio do raciocínio para discordar dele. Além de ser falta de educação, corre-se o risco de não compreender a ideia por inteiro e falar coisas sem noção.
Mais uma vez, para que o feitiço não vire contra o feiticeiro, ouça o outro – no fim você pode até se surpreender com uma opinião contrária bem formulada.
Dica prática: Quando sentir a vontade de interromper alguém, respire fundo e espere a outra pessoa terminar o raciocínio. Se for preciso, anote o que você pensou para não esquecer.
4. Não falte com respeito
Há um ditado sobre a discórdia que diz: “ataque o argumento, não o argumentador”. Isso significa que, se você não concorda com algum ponto, deve discutir sobre o assunto, e não sobre quem colocou o assunto na mesa.
Para citar um exemplo, é como presenciar uma discussão de crianças sobre uma bola de futebol onde, em determinado momento, uma delas fala: “você não vai jogar bola porque você é muito chato”. Nesse caso, a ofensa não contrapõe o argumento e, mais do que isso, falta com respeito ao outro membro da conversa.
E quando a gente cai nesse erro, perde totalmente a razão.
Aí, não adianta muito termos o grande contraponto, o melhor argumento, sequer estarmos certos: a discussão acaba aí. E se a outra pessoa não for mais centrada, com certeza a discórdia vira briga.
Dica prática: Ignore tudo o que você sabe sobre a vida pessoal de quem está argumentando e foque no argumento em si.
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